Resumo da Semana: 10 a 16 de novembro de 2019

Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicadas durante a semana no Ambientebrasil.

Os impactos da liberação da cana na Amazônia e no Pantanal

O cultivo de cana para etanol se concentra atualmente na região Centro-Sul do país, sobretudo no Sudeste.

Foi revogado pelo governo federal decreto de 2009 que estabelecia o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar e impedia a expansão do cultivo para áreas sensíveis – a decisão gerou preocupação pelos possíveis efeitos em biomas como a Amazônia e o Pantanal. Além do viés econômico, onde o mecanismo impulsiona a aceitação do etanol de cana brasileiro no mercado internacional.

A análise ambiental foi realizada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) que indicaram que estes biomas não apresentam condições favoráveis para o desenvolvimento da cana-de-açúcar, além do efeito de borda desse cultivo, que podem se estender por até um quilômetro dentro de áreas florestais adjacentes aos locais de produção.

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Como o comércio transatlântico de escravos explica o caminho do óleo até as praias do Nordeste

Mapa das correntes marítimas no Atlântico Sul: Corrente Sul Equatorial se divide em quatro ramos e corre da África até o Brasil e, ao chegar ao litoral brasileiro, na altura da Paraíba, se bifurca.

Se o vazamento de óleo que atinge as praias do Nordeste tivesse ocorrido no início do século 19, navegadores que viajavam entre o Brasil e a África seriam capazes de palpitar sobre o local de origem do incidente. Isto por que, as correntes marítimas utilizadas desde à época como rota, hoje em dia deixam a costa brasileira vulnerável a acidentes que ocorram a milhares de quilômetros.

Em simulação feita por professor de oceanografia da Universidade de São Paulo (USP) para identificação do local do vazamento de óleo, apontou que o óleo havia entrado em contato com o oceano a uma distância entre 400 e 1.000 km da costa brasileira. De lá, teria sido transportado pela Corrente Sul Equatorial, um gigantesco rio que corre no Atlântico Sul no sentido leste-oeste. A corrente, que tem quatro ramos, se inicia no Golfo da Guiné, na costa ocidental da África, e vai até o litoral do Brasil.

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O custo ambiental de cremar os mortos

Estruturas em chamas durante um evento tradicional hindu de cremação em massa, em 18 de agosto de 2013, em Bali, na Indonésia. FOTO DE PUTU SAYOGA, GETTY IMAGES.

Nos últimos quatro anos, o número de cremações ultrapassou o número de enterros, tendo se tornado a opção funerária mais procurada nos Estados Unidos, de acordo com a National Funeral Directors Association. Por conta disso, empresas tem criado formas um tanto inusitadas para guardar as cinzas de entes queridos – desde pressioná-las em um disco vinil, usá-las para criar um recife de corais e até mesmo comprimi-las em diamantes. Estas formas criativas de honrar os mortos vem sendo utilizada como opção mais ecologicamente correta, e com mais viabilidade em termos de custo.

Em análise paralela realizada entretanto, foi ressaltado que esta opção requer muito combustível e resulta em milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono por ano. Nos EUA alguns estados americanos legalizaram a utilização da cremação líquida, que consiste em dissolver corpos na água, e do processo resultante, guardar em urnas ou espalhá-las em um local especial.

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Cientistas reencontram espécie “meio rato meio cervo”

(Global Wildlife Conservation/Reprodução).

Em meio a tantas espécies em extinção, pelo menos algumas estão sendo redescobertas. É o caso do Tragulus versicolor, mais conhecido como “rato-cervo do Vietnã”. O bichinho não dava as caras há quase 30 anos. Essa é a primeira vez que ele é fotografado na natureza.

O animal, que foi registrado dessa vez por armadilhas fotográficas instaladas nas florestas, lembra um cervo filhote, do tamanho de um gato doméstico, mas o corpo lembra o de um roedor. Apesar de seu nome, eles são classificados como ingulados, pertencente ao grupo de animais com cascos.

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Espécie de veado está nascendo mais cedo devido ao aquecimento global, diz estudo

Veado-vermelho, Cervus elaphus (Foto: Wikipedia Commons).

Especialistas do Reino Unido e da Austrália notaram que os veados-vermelhos, que vivem na Escócia, estão nascendo em um menor intervalo de tempo influenciadas pelo clima mais quente. Os cientistas utilizaram dados coletados ao longo de 45 anos, que fazem parte de uma pesquisa de 1970, feita por pesquisadores da Universidade de Edimburgo, do Reino Unido.

Outro motivo para que os nascimentos sejam mais precoces faz parte da Teoria da Evolução de Charles Darwin. As fêmeas estariam dando à luz mais cedo para ter maior sucesso no nascimento dos filhotes. Desse modo, os genes ligados a um nascimento mais precoce podem ter mudado ao longo do processo evolutivo, que dá preferência às mutações que mais se adaptam ao longo da reprodução de várias gerações de uma espécie.

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Nível do mar aumentará por séculos, mas podemos controlar a intensidade e o ritmo

Novo estudo demonstra que, mesmo se os principais emissores de gases de efeito estufa do mundo atingirem suas metas no Acordo de Paris, o mar continuará a subir por centenas de anos no futuro.
FOTO DE DREW ANGERER, GETTY IMAGES.

De acordo com um novo estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. Mesmo se todos os países atingirem suas metas do Acordo de Paris até 2030 e pararem completamente de emitir carbono, no caso, seria um cenário irreal, mas um experimento útil, o nível dos oceanos ainda subirá em todo o mundo. Nessas condições ideais, até 2300 — daqui cerca de oito gerações — o nível do mar em todo o mundo estará cerca de 90 centímetros mais alto do que hoje, de acordo com os cientistas.

Entretanto, podemos influenciar no ritmo e na velocidade, segundo Peter Girard, da Climate Geral – “O fator mais importante para continuar a proteger as pessoas e construir novas defesas é o tempo”, diz Girard. “Quanto mais cedo as emissões globais forem reduzidas, mais lenta será a taxa de aumento do nível do mar e mais tempo os governos e comunidades em todo o mundo terão para avaliar, planejar e criar defesas.”

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