Resumo da Semana: 05 a 11 de Abril de 2020

Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.

Acompanhe: coronavírus no Brasil e no mundo

Na semana seguiu-se com verificações, ainda não há conclusivas, sobre como o novo coronavírus pulou de animais para seres humanos. Uma das hipóteses é que tenha sido em um mercado de alimentos em Wuhan, na China, o que fez com que muitos defendessem o fechamento de mercados do tipo, com venda de animais vivos e silvestres. Há outras hipóteses correntes.

Entretanto, um ecologista especializado em doenças do Cary Institute of Ecosystem Studies, nos Estados Unidos, alertou quanto a outras formas de transmissão de doenças, conforme segue: “Tivemos alguns exemplos de surgimento de doenças nesses mercados com animais selvagens, como a Sars. E é importante entender que essas atividades humanas de agrupamentos estranhos de espécies que nunca ocorrem juntas na natureza influenciam esses eventos. Mas há outras maneiras pelas quais nossas atividades humanas podem facilitar o surgimento ou transmissão de doenças, como o desmatamento, a abertura de terra para agricultura, entre outros. Isso não pode ser esquecido.”

Além disso, essa semana foi noticiado que uma tigresa que vive no Zoológico do Bronx, em Nova York, nos Estados Unidos, testou positivo para a Covid-19. Além dela, outros seis felinos de grande porte estão sob suspeita da infecção pelo novo coronavírus. As autoridades acreditam que os animais tenham sido infectados por um funcionário assintomático do zoológico, mas pretendem realizar pesquisas mais a fundo para compreender como pode ter sido a contaminação.

A transmissão não é tão óbvia por um motivo: a maior parte dos vírus é “especialista”, ou seja, atinge uma única espécie. Entretanto, às vezes mutações no material genético desses microrganismos permitem que eles “saltem” de uma espécie para a outra — e é exatamente isso que os pesquisadores acreditam que tenha acontecido com o Sars-CoV-2.

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Enorme conjunto de fósseis em resina é encontrado no Hemisfério Sul

A grande maioria dos fósseis conservados em âmbar é encontrada no Hemisfério Norte, mas esse grande desequilíbrio acaba de ser compensado por uma empolgante descoberta na Oceania. Pesquisadores acabam de identificar 5800 pedaços de âmbar com fósseis na Austrália, Tasmânia e Nova Zelândia.

Entre os animais fossilizados estão formigas, um agrupamento de aranhas, colêmbolos (minúsculos artrópodes de seis patas), mosquitinhos-do-mangue, embriófitas (plantas) e algumas espécies de musgo. Todos os fósseis são da época em que a Oceania ainda fazia parte do supercontinente Gondwana, que incluía os atuais – Antártica, América do Sul, África, Madagascar, Nova Guiné e várias outras ilhas.

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Antártida foi floresta tropical há 90 milhões de anos, sugere estudo

Antártida foi floresta tropical há 90 milhões de anos, sugere estudo (Foto: Alfred-Wegener-Institut/James McKay).

Uma equipe de pesquisadores de diversas universidades europeias descobriu evidências de que, há 90 milhões de anos, existiam florestas perto da região onde hoje é o Polo Sul. De acordo com o artigo publicado pelos cientistas na Nature, o achado sugere que o clima naquela região do planeta era excepcionalmente quente à época.

O grupo chegou a essa conclusão após encontrar vestígios de raízes fósseis, pólen e esporos de plantas na Antártida Ocidental. Os especialistas analisaram o material orgânico e o compararam com espécies de plantas existentes hoje em dia. Os pesquisadores especulam que a floresta na região seria como a encontrada hoje na Nova Zelândia, com a temperatura girando em torno dos 12ºC. De acordo com a equipe, isso era comum até mesmo durante as noites polares, que duravam cerca de 4 meses.

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Golfinhos machos “cantam” em bando para proteger e atrair fêmeas

Golfinhos cantam para atrair e proteger as fêmeas (Foto: Creative commons).

Uma nova descoberta feita por cientistas australianos e publicada na Proceedings of the Royal Society B mostrou que golfinhos-nariz-de-garrafa, a espécie mais comum desses cetáceos, podem coordenar algumas ações com “cantos” — a primeira evidência de que outro animal, além dos humanos, consegue se sincronizar usando sinais vocais. E eles fazem isso por um motivo nobre: proteger fêmeas com potencial para o acasalamento.

Para se chegar a descoberta, os pesquisadores usaram quatro microfones a prova d’água atrás de uma lancha e registraram 172 momentos em que vários machos faziam barulhos parecidos com estalos em torno das fêmeas. Os sons ecoavam ao mesmo tempo e na mesma frequência, em séries de dois a 49 ruídos curtos, 10 por segundo, repetidamente, formando uma espécie de cantoria. Quando os machos apareceram sozinhos, o tempo e o ritmo desses sons já não eram os mesmos.

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Cheiro de terra molhada pode ser explicado por relação de sobrevivência de 500 milhões de anos

O cheiro de terra molhada inspira artistas e também provoca a curiosidade de pesquisadores. O aroma tão característico depois de chover pode ser provocado por bactérias. Esse pode ser um exemplo de comunicação química de mais de 500 milhões de anos, que evoluiu para ajudar um tipo de bactéria a se disseminar.

De acordo com artigo publicado na Nature Microbiology por equipe internacional de pesquisadores, essa bactéria libera compostos responsáveis pelo odor na tentativa de atrair um artrópode específico como forma de espalhar seus esporos. Esse odor foi nomeado petrichor por dois pesquisadores australianos depois de um estudo da década de 1960.

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Entre carros e plantações, lobo-guará luta para sobreviver no que resta do Cerrado

Apesar do nome, o lobo-guará não pertence ao gênero dos lobos, Canis, e tampouco é próximo das raposas, Vulpes, mas é o único inregrante do gênero Chrysocyon.
FOTO DE ADRIANO GAMBARINI.

O artigo descreve o trabalho de mais de 15 anos realizado por um grupo de pesquisadores dentro do Projeto Lobos do Canastra. Dentro do trabalho, mais de 77 lobos-guarás receberam colares radiotransmissores, permitindo acompanhar sua rotina e colher dados.

Dentre um dos pilares principais do Projeto está a recuperação dos territórios da espécie, pois ao perder seus habitats, os animais têm diminuída a qualidade de vida e a taxa de sobrevivência – aumentando o estresse, reduzindo sua reprodução e se tornando mais sensíveis à doenças e intempéries.

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