Resumo da Semana: 26 a 02 de Maio de 2020

Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicados durante a semana no Ambientebrasil.

Acompanhe: coronavírus no Brasil e no mundo

Os principais especialistas em biodiversidade do mundo fizeram um alerta: a pandemia atual de coronavírus pode ser seguida por outra ainda mais mortal, caso não lidemos com a raiz do problema – A nossa destruição desenfreada da natureza.

“Há uma única espécie responsável pela pandemia de Covid-19 – nós. Epidemias recentes são uma consequência direta da atividade humana, particularmente dos nossos sistemas financeiros e econômicos globais que priorizam crescimento econômico a qualquer custo. Temos uma pequena janela de oportunidade para superar os desafios da crise atual e evitar semear novas”, disseram Josef Settele, Sandra Díaz, Eduardo Brondizio e Peter Daszak, no relatório encomendado pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IBPES).

Cientistas descobriram que dois a quatro novos vírus são criados a cada ano como resultado da intromissão humana no mundo natural. Qualquer um deles poderia se tornar uma nova pandemia. O desmatamento desenfreado, a exploração de espécies selvagens e a expansão urbana, deixam os seres humanos em contato muito próximo com animais selvagens, colocando em risco todo o equilíbrio natural.

Em resumo, os cientistas creem que podemos sair dessa crise mais fortes e resistentes do que nunca, “escolhendo ações que protejam a natureza, para que a natureza possa ajudar a nos proteger”. É como disse o chefe de meio ambiente da ONU, Inger Andersen, em março: “A natureza está nos enviando uma mensagem com a pandemia de coronavírus e a atual crise climática. Ela nos disse que deixar de cuidar do planeta significa não cuidar de nós mesmos”.

Principais notícias relacionadas:

Luz do sol pode matar o coronavírus rapidamente, conclui pesquisa

Crise do coronavírus deve levar a redução recorde de emissões de CO2

Covid-19 ameaça santuário de macacos resgatados em Camarões

Quarentena com o Pacto aborda relação entre pandemia e sustentabilidade

Principais cientistas do mundo: parem de destruir a natureza ou sofram pandemias ainda piores

Pacto Global discute importância do saneamento básico na luta contra o novo coronavírus

“Fizemos isso com nós mesmos”: cientista diz que intrusão na natureza levou à pandemia atual

Cacique Raoni pede doações para indígenas brasileiros pela COVID-19

Coronavírus é detectado em partículas de poluição no ar

Pesquisadora brasileira recebe o maior prêmio de conservação ambiental do mundo

Patrícia Medici observa anta anestesiada em armadilha de pesquisa no Pantanal. Exploradora da National Geographic, ela recebeu o que é considerado o maior prêmio da conservação ambiental do mundo: o Whitley Gold Award, conferido pelo Whitley Fund for Nature. FOTO DE JOÃO MARCOS ROSA/NITRO.

O trabalho em conservação de duas cientistas brasileiras foi reconhecido em anúncio feito nesta quarta-feira (29/04). Patrícia Médici, exploradora da National Geographic e uma das maiores referências em pesquisa e conservação da anta brasileira (Tapirus terrestris), recebeu o Whitley Gold Award, principal prêmio da instituição Whitley Fund for Nature, do Reino Unido. A bióloga Gabriela Rezende, que coordena programa de conservação do mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), recebeu um Whitley Award. As duas pesquisadoras fazem parte do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e trabalham pela conservação de duas espécies símbolos da biodiversidade brasileira.

Uma espécie é anta brasileira – conhecida por sua capacidade de dispersar sementes e contribuir na manutenção das florestas tropicais, é um fóssil vivo e também tem muito a ensinar sobre resiliência e sobre o impacto humano no planeta.

A outra espécie é o mico-leão-preto, que se encontra na categoria “Em perigo de extinção” na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza. O mico-leão-preto contribui com a manutenção da Mata Atlântica, como dispersor de sementes.

Leia por completo

Destroços encontrados em Pompeia sugerem que romanos reciclavam lixo

Basílica em Pompéia. Destroços da cidade foram analisados por pesquisadores da Universidade de Tulane, dos EUA (Foto: Wikimedia Commons).

Uma descoberta feita por arqueólogos da Universidade Tulane, nos Estados Unidos, sugere que, entre tantas inovações surgidas em Roma, a reciclagem pode ter sido uma das técnicas dominadas por essa civilização.

Os arqueólogos encontraram evidências de um esquema de reciclagem no qual os habitantes de cidade destruída pelo Vesúvio empilhavam lixo para ser reutilizado mais tarde.

Foram encontradas pilas de lixo ao lado de muros de Pompeia, que, ao que tudo indica, eram propositalmente empilhados em pontos estratégicos da cidade, onde eram vendidos e reutilizados em novas construções.

Leia por completo

Dia da Caatinga: bioma exclusivo do Brasil apresenta grande potencial para o manejo sustentável

Por resguardar paisagens naturais e promover a manutenção de serviços ambientais essenciais, o Manejo Florestal da Caatinga é essencial para um sistema produtivo que conserva a biodiversidade, além de manter as famílias no campo.

Esta questão será foco do Grupo de Trabalho criado pelo Ibama para propor alternativas para a qualificação da gestão ambiental do bioma, com foco na promoção do uso sustentável dos recursos naturais, no desenvolvimento regional e na ampliação da participação dos entes federativos em processos decisórios.

O manejo florestal sustentável integrado de uso múltiplo é uma alternativa para a promoção do desenvolvimento local. A prática reconhece o recurso florestal como ativo ambiental e assegura o equilíbrio entre a demanda e a oferta de produtos.

Leia por completo

Baleias-francas do Atlântico Norte estão vivendo em más condições

A população de baleias francas do Atlântico Norte está em más condições (Foto: FREDRIK CHRISTIANSEN (ESQUERDA E CENTRO-ESQUERDA), STEPHEN M. DAWSON (CENTRO-DIREITA), JOHN W. DURBAN E HOLLY FEARNBACH (DIREITA)).

Uma nova pesquisa da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, revela que as baleias-francas ameaçadas de extinção no Atlântico Norte estão vivendo em péssimas condições em comparação aos espécimes que vivem em regiões mais ao sul. Os resultados foram publicados na revista Marine Ecology Progress Series.

Existem entre 10 mil e 15 mil baleias-francas no Hemisfério Sul e, segundo o estudo, elas vivem de forma satisfatória. Mas, infelizmente, o mesmo não pode ser dito dos representantes da espécie no norte. Os maiores causadores da má condição de vida dessas baleias são os ataques letais de navios e as redes de pesca. Sua principal fonte de alimento, os crustáceos, também diminuíram devido à pesca excessiva, o que deixou as baleias magras e doentes — e menos propensas a procriar. Tudo isso contribui para o atual declínio geral da espécie: restam apenas 410 delas naquela parte do mundo.

Os pesquisadores apontam que para reverter essas mudanças, seria necessário redirecionar os navios para longe dos animais e reduzir sua velocidade, além de recuperar armadilhas de caranguejo e lagosta e minimizar o ruído nos oceanos.

Leia por completo

Estudo global aponta que o número de insetos caiu drasticamente desde 1990

O maior estudo já feito até hoje sobre a abundância global de insetos mostrou uma queda de 25% no número destas espécies nos últimos trinta anos. Os insetos são vitais para os ecossistemas dos quais nós dependemos, seja polinizando plantas, servindo de alimento para outras criaturas e reciclando o “lixo” da natureza, para citar algumas funções.

O novo estudo combinou 166 pesquisas de longo prazo de quase 1.700 locais, determinando um declínio no número de espécies no mundo todo. Vale notar que o número de insetos de água doce tem aumentado 11% a cada década, graças a ações para limpar rios e lagos poluídos. No entanto, esse grupo representa apenas 10% das espécies existentes e não poliniza culturas.

A perda de insetos é causada por destruição de habitats, uso de pesticidas e poluição. O impacto da mudança climática ainda não é claro, embora existam exemplos locais que indiquem relações preocupantes.
Por exemplo, níveis maiores de dióxido de carbono estão reduzindo os nutrientes nas plantas e por consequência a abundância de gafanhotos nas pradarias do Kansas, nos EUA. Isso pode estar acontecendo no mundo todo – não sabemos.

Leia por completo