Um produto energético, de baixo custo e que pode resolver os problemas de energia elétrica no país é o resultado da pesquisa do coordenador do Departamento de Química Orgânica da Universidade Federal Fluminense (UFF), Gilberto Romeiro.
O projeto tem apoio da Plastimassa, empresa de transformação de resíduos, onde um laboratório-piloto está instalado. Ali, o trabalho, que consiste na conversão de resíduos sólidos em produtos com valor agregado (transformá-los em algo útil), começou a ter aplicação prática – a transformação de resíduos em óleo, carvão, água e gás.
O interesse de Romeiro começou na Alemanha, em 1995, quando, pela primeira vez, observou a conversão em baixa temperatura. Ele aprendeu a tecnologia e a implantou na UFF. “Estudei a técnica e, quando retornei, modifiquei meus laboratórios para adaptá-los à conversão desse tipo”, conta ele. Por enquanto, apenas o lodo proveniente da Estação de Tratamento de Eflúvios Industriais da Petroflex, empresa atendida pela Plastimassa, é tratado no laboratório.
Com a tecnologia utilizada por Romeiro, verificou-se que o óleo produzido à baixa conversão tem propriedades energéticas e pode ser empregado como combustível na geração de energia elétrica, o que explica o interesse da Light em financiar o estudo.
“O óleo ainda não pode ser usado, pois precisa passar pelo processo de regulamentação na Agência Nacional de Petróleo (ANP). Mas já sabemos de seu potencial elétrico”, afirma o professor. Segundo ele, se todas as fases de testes tiverem o mesmo sucesso até agora, a sociedade só tem a ganhar.
A viabilidade do projeto depende de outras parcerias e também do tipo de resíduo fornecido. “É viável, mas depende do “casamento” com a engenharia, além do conhecimento da procedência dos resíduos. O mais importante é suprir a necessidade de não poluir o meio ambiente”, destaca Romeiro. De acordo com ele, o grande problema dos resíduos é seu destino final, pois nos diversos tipos de tratamento cada um tem suas especificidades que trazem problemas ambientais.
O mais importante é minimizar o impacto na natureza gerado pelos tratamentos usuais. Assim, é
possível agregar valor aos produtos que tenham difícil composição e não causar danos ao meio ambiente. (Ascom UFF)