O cientista Dayuan Xue, do Ministério do Meio Ambiente da China, disse nesta terça-feira (29) que seu país pretende assinar ainda neste ano o Protocolo de Cartagena. Lançado no Rio de Janeiro durante a Eco-92, o protocolo faz parte da Convenção sobre Diversidade Biológica e regulamenta o uso da biodiversidade e biossegurança de organismos geneticamente modificados entre os países. Chama-se Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança em homenagem à cidade colombiana que sediou a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) em 1999.
Xue, um dos cientistas-chefe do Ministério chinês do Meio Ambiente, participou de debate sobre biodiversidade no Senado Federal. Ele coordenou diversos projetos chineses de pesquisa em biodiversidade e biossegurança nos últimos 15 anos.
A China, maior centro de diversidade da soja, não permite o plantio de sua variedade geneticamente modificada a fim de evitar riscos de contaminação. Segundo o cientista, a soja é um produto originário da China e por isso os chineses são muito cuidadosos no seu cultivo. A importação, porém, é permitida, pois o país não tem produção suficiente para atender à demanda interna.
Nas últimas semanas, a China havia suspendido as exportações de 23 produtores brasileiros, alegando ter encontrado traços de um fungicida em alguns carregamentos. O comércio de soja entre os dois países foi restabelecido no dia 21 deste mês, quando autoridades chinesas aceitaram norma do Ministério da Agricultura do Brasil, que admite tolerância de um grão de semente tratada com fungicida por quilo de soja exportada para consumo alimentar. Participaram da negociação cinco representantes do governo brasileiro, liderados pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Maçao Tadano.
De acordo com pesquisa do governo chinês, o país importou 20 milhões de toneladas do produto em 2003 e boa parte dessas importações foi originária do Brasil, Estados Unidos e Argentina. (Agência Brasil)