Uma pesquisa brasileira estuda a aplicação da casca de coco verde no tratamento de solos contaminados e dos dejetos industriais ou esgoto doméstico. Os solos contaminados por acidentes ou exposição inadequada de produtos químicos e resíduos podem ser tóxicos para o contato do ser humano e também para plantio. Os resíduos da casca de coco verde poderão contribuir para reduzir a quantidade de toxinas.
Segundo dados do Cetem – Centro de Tecnologia Mineral, do Ministério da Ciência e Tecnologia, a produção anual de cocos no Brasil chega a 800 milhões de unidades. Nas cidades litorâneas, em especial aquelas voltadas ao turismo, as cascas de coco chegam a representar até 80% do lixo recolhido nas praias. Além disso, a exportação de água de coco por empresas nacionais acaba gerando um problema ambiental, uma vez que as cascas são levadas para lixões e outras áreas consideradas inadequadas, levando mais de oito anos para se decompor.
A coordenadora do projeto Rotas Tecnológicas para o Aproveitamento e Valorização da Casca de Coco, do Cetem, Andréa Rizzo, disse que os primeiros resultados do estudo poderão ser conhecidos em 2006, embora o projeto deva ser concluído em três anos. “A gente acredita que até o meio de 2006 já tenha resultados confirmatórios dessas aplicações que estão sendo propostas”.
Andréa Rizzo informou que o estudo faz parte de um projeto maior da Embrapa Agroindústria Tropical, de Fortaleza (CE). Para desenvolver o tratamento de solos e esgoto utilizando a casa do coco verde, a pesquisa recebeu R$ 40 mil, parte de um total de R$ 200 mil em recursos destinados ao projeto desenvolvido pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. (Alana Gandra/ Agência Brasil)