Lula diz a Fritsch, no Amapá, que governo poderá ter ministério para a pesca

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (20), na cerimônia em que anunciou a construção do Terminal Pesqueiro de Santana, no Amapá, que a pesca, por sua importância econômica, poderá “ser tratada num ministério”.

Lula se dirigiu ao ministro José Fritsch, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, e disse: “Você pode ter a certeza de que toda vez que eu o procurar em Brasília e você não estiver, e me disserem que você está viajando, visitando uma comunidade de pescador, você está ganhando um pontinho para, quem sabe num futuro muito próximo a gente faça com que a pesca não seja mais tratada numa secretaria, mas pela sua importância econômica, ela possa ser tratada num ministério”.

Serão investidos R$ 3,2 milhões na obra do Terminal Pesqueiro de Santana, que inclui a construção de um mercado para a comercialização do pescado e de um cais para os barcos pesqueiros.

Durante a cerimônia também foi lançado o programa Pescando Letras, destinado à alfabetização de pescadores, que a partir de 2006 vai beneficiar cerca de 970 alunos. E foram entregues dez computadores para jovens pescadores, dentro do programa de inclusão digital do governo federal. Cerca de 600 pessoas terão aulas de informática e acesso à Internet.

Essas medidas, segundo Lula, demonstram a importância dada pelo governo ao setor pesqueiro, antes à margem do processo econômico. “É de se estranhar, num país que tem o mar que nós temos, que tem o rio que nós temos e que tem a tecnologia para criar peixes como nós temos, que as pessoas não tenham adquirido o hábito de comer peixe”, comentou.

O presidente disse que o Brasil tem condições de ser tão ou mais competitivo do que alguns paises que hoje vendem peixe para cá. Citou o Peru e o Chile e lembrou que o brasileiro come, por ano, menos peixe do que em muitos outros países. “Nós não estabelecemos, na nossa cultura alimentar, o peixe como alimento importante. Nunca demos importância à pesca”, ressaltou. (Edla Lula/ Agência Brasil )