Dois organismos da ONU pediram à América Latina fazer mais para levar água a 130 milhões de habitantes que vivem nos subúrbios das cidades e investir mais em melhores previsões meteorológicas de desastres naturais.
O UN-HABITAT – Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos expôs no IV Fórum Mundial de Água dados que indicam que 44% da população da América Latina vive em condições de pobreza e 19% na indigência.
Em sua apresentação da análise, o diretor do escritório regional para a América Latina e o Caribe da UN-HABITAT, Jorge Gavidia, assinalou que 75% dos cerca de 550 milhões de pessoas que vivem na região moram em áreas urbanas.
Muitas vezes, os terrenos ocupados nos subúrbios foram invadidos o que faz que em Lima (Peru), por exemplo, “quase 50% da população viva em assentamentos informais”.
Estas condições tornam mais vulnerável o povo, que carece de condições adequadas para contar com “a infra-estrutura e os serviços sociais através dos mecanismos formais”.
Estas condições fazem com que milhões de pessoas estejam muito expostas a possíveis desastres naturais, um risco que no ano passado foi sentido com furacões como o Katrina e o Wilma, que danificaram seriamente a América Central e vários estados mexicanos.
O secretário-geral da OMM – Organização Mundial da Meteorologia, Michael Jarraud, advertiu que a região precisa deixar de tratar como fenômenos isolados as catástrofes naturais e investir mais em prevenção de desastres hidrometeorológicos e em previsões climatológicas. “A América Latina sofre todo o tipo de desastres, secas, inundações, furacões tropicais e desabamentos de terra”, afirmou Jarraud. (Estadão Online)