As organizações ambientalistas Greenpeace, WWF, Amigos da Terra e Climate Action Network (Rede de Ação para o Clima) acusaram a União Européia de permitir que a indústria no continente produza dióxido de carbono de forma desmedida, “sem pagar preço nenhum”.
A Comissão Européia divulgou nesta segunda-feira (15) as quantidades de CO2 emitidas em 2005 por 9.400 instalações de todo o bloco econômico – faltaram apenas dados referentes a Luxemburgo, Chipre, Malta e Polônia – dentro do sistema de comércio de emissões iniciado em janeiro do ano passado.
Os dados mostram que, com exceção de Espanha, Reino Unido, Itália, Irlanda e Áustria, os demais membros da União designaram mais cotas de emissão do que foram efetivamente usadas pelas indústrias.
“Os governos europeus estão ignorando descaradamente os objetivos dos sistema de comércio de emissões e abusando desse esquema”, diz comunicado do diretor da Rede de Ação para o Clima, Matthias Duwe.
Os ambientalistas pedem, em nota conjunta, que os governos da União Européia melhorem seus planos nacionais de emissão, com metas mais exigentes e regras “mais transparentes e dignas de crédito”.
No sistema de cotas de emissão, as empresas são obrigadas a pagar uma taxa – comprar cotas – caso produzam mais CO2 do que o permitido. Se as autorizações superam as necessidades da indústria, não há necessidade de realizar a compra. Como disse Stephan Singer, do WWF, “o mercado só poderá funcionar e criar incentivos para indústrias menos poluentes se o total dos direitos de emissão se estabelecer num nível coerente com os objetivo do (Protocolo de) Kyoto”. Ele alertou que a perda de credibilidade do sistema de cotas levará a uma perda de credibilidade da própria União Européia. (Efe/ Estadão Online)