Geólogos podem ter encontrado, finalmente, a fonte de um dos maiores tsunamis a atingir o Mediterrâneo em muitos milênios. A culpa teria sido de uma enorme erupção do Monte Etna, na Itália, que jogou o equivalente a 10 mil pirâmides de Quéops no mar, 8.000 anos atrás. Embora os resultados ainda sejam polêmicos, o novo estudo reforça a ligação entre vulcanismo e ondas gigantes.
Ao descrever a pesquisa, o website ScienceNOW lembra que mais de 300 tsunamis foram registrados no Mediterrâneo nos últimos 3.300 anos.
O evento investigado na pesquisa de Maria Pareschi, do Instituto Nacional de Geologia e Vulcanologia (IGNV), da Itália, deixou um rastro de sedimentos entre a Sicília e o Norte da África. Esse tsunami geralmente é atribuído ao colapso da Ilha de Santorini, na Grécia – o mesmo desastre que teria dado origem ao mito da Atlântida – mas Pareschi acredita que a catástrofe de Santorini ficou restrita ao Mar Egeu, longe da Sicília.
Com isso, os pesquisadores se voltaram para o Etna, localizado na própria Sicília. Análises sísmicas mostraram sinais de um deslizamento de terra que se espalhou por 20 km a partir da ilha. Datação dos destroços localizam o evento 8.000 anos atrás.
Os resultados, que incluem uma possível explicação para o abandono, descoberto por arqueólogos, de um vilarejo localizado no que atualmente é Israel, há 8.000 anos – a população teria fugido da onda gigante – aparecem no periódico Geophysical Research Letters. (Estadão Online)