O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, considera a situação brasileira vantajosa devido à forte participação de energias renováveis no total de energia brasileira. Em 2007, esse tipo de energia participou com 46,4% da energia total consumida no País, enquanto a média mundial ficou em 12,7% e nos países ricos (integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, que reúne 30 países, que produzem mais da metade de toda a riqueza do mundo) a média foi de 6,2%.
“A vantagem do Brasil é que o País tem condições de aumentar a oferta de energia renovável, especialmente hidreletricidade e de biomassa, sem precisar de subsídios”, observou. Alguns países europeus estão ampliando a participação de energia eólica na matriz energética, mas ao custo de muito subsídio. O mesmo ocorre nos Estados Unidos, com a produção de etanol a partir do milho. “No Brasil, as energias renováveis não precisam sacrificar o consumidor”, complementou.
A energia não-renovável é constituída especialmente de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo e o carvão.
Riquezas geradas – Quando se considera as emissões por quantidade de riquezas geradas, porém, a situação é menos favorável ao Brasil, especialmente em relação ao Japão. Pelos dados do Balanço Energética Nacional (BEN) de 2007, divulgado hoje pela EPE, o Brasil emitiu cerca de 0,49 tonelada para cada US$ 1 mil de Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o Japão conseguiu uma relação de 0,24 tonelada de CO2 para cada US$ 1 mil de PIB. Os Estados Unidos conseguiram relação de 0,53 tonelada por US$ 1 mil de PIB, o que é inferior à média da América Latina (de 0,58) e mesmo mundial (de 0,75).
Ou seja, embora os Estados Unidos sejam os maiores poluidores mundiais, em termos de emissão de gás carbônico, considerando as riquezas geradas, a situação americana é menos desfavorável.
Emissão por energia oferecida – Adotando-se outro critério de avaliação, com a relação de emissões de dióxido de carbono por quantidade de energia oferecida, o Brasil consegue uma situação bem favorável, em relação à média mundial.
Segundo os dados da EPE, o Brasil emitiu 1,57 tonelada de gás carbônico para cada tonelada de oferta interna de energia consumida em 2007. A relação dos Estados Unidos foi de 2,49 por esse critério, superando a média do Japão (2,29), da América Latina (1,88) e mundial (2,37), conforme dados da EPE divulgados na quinta-feira (8). (Fonte: Estadão Online)