Esses desastres estariam ficando cada vez mais freqüentes por causa das mudanças climáticas, fato que foi confirmado no ano passado pelos estudos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Norman Myers, autor do estudo da Oxford, aponta que a fuga dessas 200 milhões de pessoas também seria gerada por secas prolongadas em outras regiões do planeta e mesmo pelo aumento dos níveis do mar.
Na prática, isso significaria que 2% da população mundial até 2050 teria já passado pela experiência de perder sua casa por causa de um desastre natural ou ter de abandonar sua terra simplesmente por ele ter se transformado em uma zona semi-árida. As estimativas ainda apontam que o número de “refugiados ambientais” se multiplicará por dez em apenas 50 anos. No final dos anos 90, as estimativas da Oxford era de que existiam 25 milhões de pessoas que saíram de suas regiões por problemas climáticos.
A região de Santa Catarina já entrou para o mapa das zonas consideradas como passíveis de desastres naturais pela Organização Meteorológica Mundial. Isso ocorreu depois do furacão que atingiu a região em 2004. Naquele ano, o Estado brasileiro foi incluído em um mapa utilizado pela agência internacional para demonstrar que o número de eventos meteorológicos extremos estava aumentando em todo o planeta.
Apesar disso, a porta-voz da ONU para desastres humanitários, Elisabeth Byrs, confirmou ao Estado que o Brasil não pediu ajuda internacional para lidar com a crise. (Fonte: Jamil Chade/ Estadão Online)