A líder do Partido Verde canadense, Elizabeth May, criticou duramente esta terça-feira (13) a decisão de seu país de se retirar do Protocolo de Kyoto, que obriga alguns países ricos a reduzirem suas emissões de gases causadores do efeito estufa, afirmando que a atitude minará a credibilidade do Canadá.
Em declarações à imprensa no dia seguinte ao que o ministro do Meio Ambiente canadense, Peter Kent, anunciar sua retirada do acordo – o único no qual os compromissos de redução das emissões de carbono, causadoras do aquecimento global, têm um caráter vinculante -, May qualificou de mentirosos os argumentos usados para justificar a decisão.
O ministro havia dito que se o Canadá cumprisse as obrigações de Kyoto, seria forçado a reduzir a zero o tráfego automobilístico e o aquecimento dos lares ou fornecer 14 milhões de dólares a países estrangeiros para que possam lutar contra os efeitos adversos das mudanças climáticas.
“Nada disso é verdade”, disse May, a única deputada verde do Parlamento federal de Ottawa, afirmando que Kyoto não é mais que um marco para as ações futuras e que o Canadá não devia pagar nada se continuasse fazendo parte dos países signatários do tratado. Ele afirmou, ainda, que ao deixar Kyoto sem fazer um debate no Parlamento – que havia ratificado o acordo -, o governo violou a lei canadense.
A renovação do Protocolo de Kyoto – O primeiro período de compromissos do Protocolo de Kyoto, único instrumento legalmente vinculante até o momento para a redução de emissões de gases do efeito estufa, expira em 31 de dezembro de 2012. A Cúpula das Partes de Durban (COP-17) obteve a aprovação de um segundo período deste tratado, que fixa obrigações de redução de emissões aos países desenvolvidos, exceto aos Estados Unidos, que se recusaram a aderir ao Protocolo.
Durban fixa para 2013 a data de início do segundo período de compromissos, evitando um vazio na luta contra a mudança climática, mas deixando para reuniões posteriores sua data de finalização – 2017 ou 2020. O Canadá, assim como Japão e Rússia, já havia antecipado sua intenção de não renovar Kyoto e fica de fora do segundo período de compromissos.
O aumento de metas de redução de emissões que devem ser realizadas pelos países desenvolvidos será postergado para 21 de junho de 2012 e será avaliado na COP-18 do Catar.
Além da renovação do Protocolo, a COP-17 conseguiu a criação do Fundo Verde – um caixa financeiro de US$ 100 bilhões anuais disponíveis, a partir de 2020, com dinheiro fornecido pelos países ricos. O objetivo é ajudar as economias em desenvolvimento a financiar ações para reduzir suas emissões de gases-estufa e combater as consequências da mudança climática. (Fonte: Portal Terra)