Limitar o aquecimento global a dois graus Celsius neste século é possível se as emissões de CO2 forem reduzidas drasticamente, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Instituto Max Planck de Meteorologia (MPI-M) e pelo laboratório de clima do Deutsches Klimarechenzentrum (DKRZ).
A afirmação foi feita pelo diretor do Max Planck, Jochem Marotzke, em entrevista coletiva realizada em Berlim, na Alemanha. Ele e um grupo de cientistas avaliaram simulações climáticas que refletiam o aumento contínuo da concentração de CO2.
O resultado desta elevação resultaria em uma subida significativa da temperatura e também na acidificação dos oceanos. Segundo os especialistas, no pior cenário, a previsão aponta que a temperatura global crescerá em quatro graus Celsius até 2100, com sérias consequências. “A tendência seria de ondas de calor mais prolongadas e críticas em todo o planeta”, diz Marotzke.
Mudança nas correntes – Com o estudo foi possível também prever pela primeira vez a circulação das correntes no Oceano Atlântico Norte em cinco e dez anos. “As estimativas atuais mostram que, devido ao CO2, o oceano está 30% mais acidificado na comparação com o período pré-industrial”, afirma Johann Jungclaus, oceanógrafo do Instituto Max Planck. Ele acrescenta que muitos organismos não sobrevivem a essas mudanças.
Os resultados vão integrar o documento sobre o ciclo de carbono e a dinâmica da vegetação nas projeções climáticas para este século, que fará parte do quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que deverá ser concluído entre 2013 e 2014. (Fonte: Globo Natureza)