Emissão de poluentes amplia zona tropical no hemisfério Norte

Poluentes emitidos pela ação do homem no hemisfério Norte podem ser os responsáveis pela expansão da fronteira dos trópicos em direção aos polos, segundo uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Riverside, nos Estados Unidos, divulgada nesta quarta-feira (16).

Segundo os pesquisadores, o carbono negro, proveniente da queima de combustíveis fósseis, e o ozônio troposférico, resultante da reação química da fumaça com a luz do sol, impulsionam a expansão tropical observada no hemisfério.

Observações mostraram que os trópicos têm aumentado de 0,7 graus de latitude por década com o aquecimento de gases de efeito estufa, o que também contribui para a expansão dos trópicos nos hemisférios Norte e Sul.

Para estudar sua expansão, primeiramente os pesquisadores compararam dados de emissões observadas com valores simulados a partir de modelos climáticos de 1970 a 2009.

Quando os pesquisadores incluíram as medições de carbono negro e de ozônio troposférico, a simulação sugeriu que os poluentes tinham um papel importante na expansão tropical no hemisfério Norte.

“Tanto o carbono negro quanto o ozônio troposférico esquentam os trópicos pela absorção da radiação solar. Porque eles são poluentes de curta duração, com vida útil de uma, duas semanas, suas concentrações permanecem mais próximas do hemisfério Norte de latitudes baixas e médias. […] E é o aquecimento das latitudes médias que empurra os limites dos trópicos nos polos”, afirma o climatologista Robert Allen, autor do estudo e professor da Universidade da Califórnia em Riverside. (Fonte: Globo Natureza)