O Greenpeace lançou nesta quinta-feira (21) durante evento na Rio+20, uma campanha global em defesa do Ártico. O objetivo é transformar a região do Polo Norte em um santuário global a fim de impedir a exploração de petróleo e a pesca insustentável. A ONG conta com o apoio de astros e celebridades como Penelope Cruz, Paul MacCartney, Robert Redford e o bilionário e fundador do grupo Virgin, Richard Branson, que participou do lançamento da campanha no Rio de Janeiro.
O Greenpeace quer pressionar a criação de uma resolução da ONU que permita definir um território de proteção à região ártica, assim como foi feito com a Antártida há pouco mais de 20 anos. À época, conseguiu-se transformar o Polo Sul em uma região a ser usada somente para fins de pesquisa científica.
“A proibição da perfuração offshore de petróleo e da pesca insustentável seria uma grande vitória contra as forças que agem contra esta região “, disse Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace Internacional, que justificou ainda porque se preocupa com o futuro da região. “As pessoas me perguntam por que me interesso pelo Ártico, sendo africano e morando tão longe daquela região. É simples: o mundo inteiro depende do Polo Norte, que é refrigerador do planeta”.
Naidoo criticou duramente a posição de países como Estados Unidos, Canadá, Rússia e Venezuela, que exerceram forte pressão para evitar a aprovação, no documento da Rio+20, de qualquer compromisso relacionado à proteção dos mares. Irônico,ele destacou que só mesmo o interesse nos lucros gerados pela exploração de petróleo poderia unir Venezuela e Estados Unidos em torno de um mesmo objetivo.
O diretor executivo do Greenpeace também não poupou críticas ao Canadá, que, segundo ele, já foi um dia um bastião da proteção ao meio ambiente e aos direitos humanos. “O Canadá está irreconhecível. Este é, sem dúvida, o pior governo de todos os tempos no que diz respeito à defesa do meio ambiente”, avaliou.
Os nomes dos famosos que apóiam a campanha serão os primeiros a serem escritos em uma lista que será depositada quatro quilômetros abaixo do gelo do Ártico assim que 1 milhão de pessoas assinarem o documento. (Fonte: Carla Falcão/ Portal iG)