As emissões de gases causadores do efeito estufa lançadas por 15 dos 27 países que integram a União Europeia caíram 2,5% em 2011, após registro de alta de 2,4% em 2010, afirmou nesta sexta-feira (7) a Agência Europeia do Meio Ambiente.
Apesar do aumento do consumo de carvão e da elevação do Produto Interno Bruto dessas nações (PIB) no ano passado, a agência salienta que um inverno menos rígido contribuiu para que as famílias utilizassem menos os aquecedores e reduzissem o consumo de gás natural.
Até 2011, as emissões dos 27 membros atuais da UE baixaram 14,1% se comparado ao período de 1990 – ano de referência utilizado pelo Protocolo de Kyoto para impor limites de emissões aos países que integram o acordo climático global. Na época, o bloco europeu estava obrigado a diminuir em 5,2%, entre 2008 e 2012, o lançamento de gases prejudiciais ao planeta.
Em outubro será divulgado um documento que detalhará as emissões de cada país da União Europeia.
Acordo global – O Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 2005, impõe objetivos obrigatórios a 35 países desenvolvidos. Esse acordo, único legalmente vinculante em nível internacional, não conta com a participação de importantes emissores como Estados Unidos, China, Índia e Brasil.
As negociações para a criação de um novo acordo global para o clima, nos mesmos moldes de Kyoto, já iniciaram. Na última conferência climática, realizada na África do Sul em dezembro do ano passado, os 200 países signatários da Convenção Quadro das Nações Unidas Sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), aprovaram uma série de medidas que estabelece metas para países desenvolvidos e em desenvolvimento.
O documento denominado “Plataforma de Durban para Ação Aumentada” aponta uma série de medidas que deverão ser implementadas, mas na prática, não há medidas efetivas urgentes para conter em todo o planeta o aumento dos níveis de poluição nos próximos oito anos.
Ação urgente, mas nem tanto – Ele prevê a criação de um acordo global climático que vai compreender todos os países integrantes da UNFCCC e irá substituir o Protocolo de Kyoto. Será desenhado pelos países “um protocolo, outro instrumento legal ou um resultado acordado com força legal” para combater as mudanças climáticas.
Isso quer dizer que metas de redução de gases serão definidas para todas as nações, incluindo Estados Unidos e China, que não aceitavam qualquer tipo de negociação se uma das partes não fosse incluída nas obrigações de redução.
O delineamento deste novo plano começará a ser feito a partir das próximas negociações da ONU, o que inclui a COP 18, que vai acontecer em 2012 no Catar. O documento afirma que um grupo de trabalho será criado e que deve concluir o novo plano em 2015.
As medidas de contenção da poluição só deverão ser implementadas pelos países a partir de 2020, prazo estabelecido na Plataforma de Durban, e deverão levar em conta as recomendações do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será divulgado entre 2014 e 2015.
Em 2007, o organismo divulgou um documento que apontava para um aumento médio global das temperaturas entre 1,8 ºC e 4,0 ºC até 2100, com possibilidade de alta para 6,4 ºC se a população e a economia continuarem crescendo rapidamente e se for mantido o consumo intenso dos combustíveis fósseis.
Entretanto, a estimativa mais confiável fala em um aumento médio de 3ºC, assumindo que os níveis de dióxido de carbono se estabilizem em 45% acima da taxa atual. Aponta também, com mais de 90% de confiabilidade, que a maior parte do aumento de temperatura observado nos últimos 50 anos foi provocada por atividades humanas. (Fonte: G1)