WWF pede compromisso de COP20 para abandonar combustíveis fósseis em 2050

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) pediu nesta sexta-feira o compromisso dos estados participantes da 20ª Cúpula Mundial das Nações Unidas pela mudança climática (COP20) para abandonar os combustíveis fósseis e consumir somente energias renováveis em 2050.

Em comunicado, a organização defensora da conservação das florestas disse estar confiante de que haja avanços significativos para este objetivo durante a cúpula, que será realizada em Lima de 1 a 12 de dezembro, com a presença de líderes políticos e representantes de 195 países.

A WWF aconselhou aos governos “atuar com urgência para reduzir a brecha de emissões” de carbono e de gases do efeito estufa antes de 2020 mediante o aumento de 25% no consumo de energias renováveis e uma maior eficiência energética.

O grupo também reivindicou que os países desenvolvidos aumentem seus compromissos atuais na redução de emissões e que apoiem os países em vias de desenvolvimento para que aumentem suas ações de mitigação e adaptação à mudança climática, com contribuições “transparentes, comparáveis e ambiciosas”.

Segundo a WWF, o novo acordo mundial sobre mudança climática que será debatido em Lima deverá garantir o financiamento do Fundo de Adaptação e comprometer-se a conter o desmatamento.

No texto, a organização ambiental também destacou a importância de articular um mecanismo de ajuda para aqueles países ou comunidades que sofrerão perdas permanentes e danos por causa dos impactos da mudança climática.

No marco da negociação da COP20, WWF pediu à União Europeia “assumir maior ambição e liderança”, já que, a seu ver, “os países europeus têm que estabelecer objetivos dirigidos a conseguir uma transição rápida e justa para um modelo energético baseado nas energias renováveis e a eficiência energética”.

A organização avaliou os compromissos da China e dos Estados Unidos estipulados recentemente para reduzir suas emissões para o ano de 2025, e afirmou que confia que os compromissos financeiros realizados por uma série de países no início deste mês sejam um impulso político para as conversas da COP20.

A sul-africana Tasneem Essop, líder da delegação de WWF para a Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, declarou que o fato de a sede da COP20 ser na América do Sul deve ser um “incentivo para que todos os países deixem de lado seus próprios interesses e atuem pelos interesses do planeta”.

“Nos reuniremos em um continente de países em desenvolvimento que já experimentaram os impactos devastadores da mudança climática na forma de inundações, derretimento de geleiras e outros eventos climáticos extremos”, explicou Tasneem.

A COP20 pretende pactuar a minuta de um novo acordo mundial sobre a redução de gases do efeito estufa que deverá ser aprovado durante a COP21 do ano que vem em Paris, para substituir o Protocolo de Kioto, assinado em 1992. (Fonte: Terra)