Foi prorrogada, até o dia 30 deste mês, a chamada pública aos órgãos federais, estaduais e municipais interessados em promover a eficiência energética dos prédios que ocupam. Os participantes deverão enviar dados simples referentes às contas de luz. O objetivo é identificar o perfil de consumo e estimular a adoção de medidas capazes de conter gastos. Com isso, será possível reduzir as emissões de gases de efeito estufa gerados pelo setor governamental.
Os edifícios em geral são os responsáveis pelo consumo de 47% de energia elétrica no país. “Esse percentual inclui até mesmo os prédios residenciais e está alinhado ao que acontece no mundo tudo”, ressalta Alexandra Maciel, coordenadora do Projeto Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil, iniciativa coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) da qual a chamada pública faz parte.
Nova frente – O incentivo à eficiência energética nos prédios públicos aparece como uma nova frente no combate às mudanças climáticas. A decisão decorre dos resultados positivos alcançados na conservação da Floresta Amazônica. “O desmatamento reduziu de maneira significativa nos últimos anos e não está mais na ponta no que diz respeito às emissões de gases de efeito estufa”, explica a coordenadora. “Por isso, o governo está focando nas emissões de outros setores, como o energético”.
Os órgãos públicos de todas as esferas e de todo o país interessados em participar devem preencher formulário disponível na internet – veja abaixo.- e enviá-lo pelo e-mail pnudlicitacoes@undp.org. São necessárias as seguintes informações: contas de energia dos últimos 12 meses, área útil do edifício, número de ocupantes e dados de contato, como e-mail e telefone da pessoa responsável dentro da instituição.
Confidencialidade – Os dados são confidenciais e serão usados apenas para analisar o padrão de consumo de energia nas edificações públicas. Até o momento, 110 instituições aderiram à chamada pública. A intenção é atingir a meta de 300 órgãos participantes. Nessa etapa, segundo Alexandra, não é necessário compromisso com a implantação de obras nos edifícios.
Todos os órgãos que responderem à chamada terão acesso a uma ferramenta virtual com dados e parâmetros sobre consumo de energia. “Atualmente, não há conhecimento de quanto se gasta com energia porque não existem linhas de base nem fatores de comparação”, explica Alexandra. “O objetivo é construir e organizar informações a respeito do consumo de energia.”
A partir da primeira amostragem de inscritos, serão selecionados 20 prédios, com baixo desempenho energético e cujas instituições apresentem compromisso com a implantação de medidas de conservação de energia, para a realização de auditoria detalhada.
Os imóveis selecionados receberão medidores trifásicos de sinal remoto para emitir informações precisas de consumo energético. Além disso, haverá capacitação em gestão e uso dos aparelhos para os técnicos que atuam nesses prédios.
A chamada pública faz parte do projeto Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil, coordenado pelo MMA, executado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês). O objetivo da ação é contribuir com a economia de até 4 milhões de MWh de eletricidade nos próximos 20 anos, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 2 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2eq). (Fonte: MMA)