O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) acaba de lançar mais uma edição da revista científica eletrônica Biodiversidade Brasileira, a BioBrasil. Neste número, são apresentados artigos sobre manejo do fogo em áreas protegidas.
As políticas de exclusão do fogo, ou de “fogo zero”, predominaram no Brasil e inclusive no Cerrado durante o século XX, mas em determinadas áreas acredita-se que essa abordagem tende a não ser eficiente nem adequada. O manejo integrado do fogo (MIF) apresenta-se como uma nova metodologia, englobando desde as características ecológicas de diversos biomas até seu uso tradicional por povos e comunidades com objetivos distintos.
Nesse contexto, este número da revista BioBrasil traz resultados e argumentos para subsidiar o debate e o processo de aplicação do manejo integrado do fogo em áreas protegidas. Christian Berlinck, coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, explica que o assunto envolve grande complexidade, abrangendo desde conceitos ecológicos e a possibilidade de prever efeitos à capacidade de negociar objetivos de manejo entre diferentes atores que atuam em um território.
Experiência no Cerrado – Desde 2012, o ICMBio e o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama, em parceria com o Governo do Tocantins e outros parceiros, principalmente no âmbito do Projeto Cerrado-Jalapão, vêm implementando ações de Manejo Integrado do Fogo em áreas piloto em unidades de conservação e em terras indígenas, o que fortaleceu o debate sobre o tema bem como as práticas de manejo no país.
“Para que esta nova visão sobre o manejo do fogo ganhe escala precisamos divulgar os resultados de iniciativas, monitorar e avaliar seus resultados e planejar as ações localmente, promovendo debates e capacitações”, ressaltou Katia Ribeiro, coordenadora-geral de Pesquisa e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio.
Para contribuir com o debate, a revista BioBrasil apresenta artigos sobre histórico do uso do fogo como ferramenta de manejo; experiências de implementação do manejo integrado do fogo no mundo; questões relacionadas ao manejo do fogo no Brasil, com exemplos de aplicação de estratégias e abordagens do MIF; relação das gramíneas africanas e o fogo no Cerrado; estratégias de implementação em unidades de conservação do Cerrado e terras indígenas; aspectos para planejamento e avaliação de técnicas de controle e combate, entre outras abordagens.
Sobre a revista – A revista Biodiversidade Brasileira tem como objetivo fomentar a discussão e a disseminação de experiências em conservação e manejo, com foco em unidades de conservação e espécies ameaçadas. Lançada em 2011, a publicação está em seu sexto ano de circulação, sempre com edições eletrônicas, e conta com a contribuição de especialistas no tema em debate. (Fonte: MMA)