Celso Silva Junior, doutorando em Sensoriamento Remoto do INPE, e outros, publicaram o paper “Benchmark maps of 33 years of secondary forest age for Brazil” em agosto de 2020 na Nature Scientific Data. Nessa publicação mapearam pela primeira vez as florestas secundárias em todos os 6 biomas do Brasil entre 1986 e 2018; a partir de imagens de satélites cobrindo todo o país. Eles estimaram que aproximadamente 26 milhões de hectares de florestas secundárias cresceram em áreas anteriormente exploradas pelo homem (áreas desmatadas).
O bioma Amazônia tinha em 2018 aproximadamente 15 milhões de hectares de florestas secundárias (mais da metade de todas as florestas secundárias do país) que cresceram entre 1986 e 2018 em áreas anteriormente desmatadas. Além disso, os cientistas estimaram a idade destas florestas, e descobriram que em 2018, o bioma Mata atlântica possuía as florestas secundárias mais antigas.
À medida que essas florestas crescem e envelhecem, absorvem da atmosfera o CO2, principal responsável pelo efeito estufa, e estocam este carbono nas árvores. Entre 1988 e 2018, 784 milhões de toneladas de carbono foram removidos da atmosfera, equivalente à 12% das emissões de carbono por desmatamento (6,7 bilhões de toneladas) para o mesmo período na Amazônia Brasileira.
“Além de sua importância no combate à atual crise climática, absorvendo o dióxido de carbôno (CO2) da atmosfera, as florestas secundárias são importantes para a recuperação da biodiversidade, garantia do suprimento de água e polinização”, comenta Celso.
Fonte: INPE