As florestas em Minas Gerais estão liberando mais carbono do que absorvem, indica um estudo liderado por pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Publicado na sexta-feira (18) na revista científica Science Advances, o artigo descreve 33 anos de análises de florestas decíduas, semideciduais e perenes no estado.
No total, foram avaliadas cerca de 100 mil árvores de 1100 espécies diferentes, que se encontram desde as florestas mais úmidas no Sul de Minas, como Ibitipoca, Bocaina de Minas, até as mais secas no Norte, como Peruaçu e Monte Rei.
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A pesquisa revela que o ano de 2013 foi o “ponto de virada” em que as florestas passaram a produzir mais carbono do que absorver. As florestas na região estudada (que cobriam 33 hectares de terra) sequestraram aproximadamente 2,6% a menos carbono por ano em 2020 do que em 1987 — e liberaram cerca de 3,4% a mais de dióxido de carbono (CO2.)
Os pesquisadores observaram que o aumento da temperatura na área e a recorrência de queimadas contribuíram para o fenômeno. Além disso, os cientistas notaram que as florestas mais secas e quentes estão experimentando o maior aumento nas emissões de dióxido de carbono à medida que as temperaturas altas matam mais árvores.
Para a equipe, o fenômeno não é irreversível e pode ser contornado se mudanças na gestão da terra forem feitas. “Devido à importância do sumidouro de carbono terrestre para o clima global, são necessárias políticas para mitigar a emissão de gases de efeito estufa e para restaurar e proteger as florestas tropicais sazonais”, escreveram os autores no artigo.
Fonte: Galileu