desmatamento

O Conselho Nacional do Meio Ambiente quer saber porque o Estado apresentou o maior índice de desmatamento entre os nove que compõe a Amazônia brasileira.

Segundo o grupo ambientalista, importações de soja e madeira – inclusive ilegal – pressionam o avanço sobre a floresta amazônica. Em 2003 foram exportados 129 mil metros cúbicos para abastecer a indústria moveleira espanhola.

Segundo um levantamento inédito do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia obtido pela Folha de São Paulo, pelo menos 15% da perda de cobertura florestal de 2001 a 2003 ocorreu numa faixa de 3.000 km que vai da Terra do Meio (PA) a Lábrea (AM). Nessas áreas, o desmatamento está fortemente associado à grilagem de terras públicas e à expansão de estradas clandestinas.

Foram mais de 25 mil quilômetros quadrados de floresta perdidos no período entre agosto de 2003 e agosto de 2004. Em 2004, a previsão era de que a taxa de desmatamento teria um crescimento de 2%, mas o índice consolidado registrado foi de 6%, índice igual ao registrado no período de 2002-2003.

Os órgãos ambientais afirmam, no entanto, que a diminuição do desmatamento autorizado pelo Ibama não significa que esteja ocorrendo recuo na devastação da mata. Um estudo feito com os dados de 2002 e 2003 aponta que de um ano para o outro, foram devastados 23 mil hectares de floresta ilegalmente.

As irregularidades foram fotografadas pelo Instituto Socioambiental em sobrevôo sobre a região em fevereiro deste ano. Foram constatadas a produção de carvão, desflorestamento, mineração e remoção de terra nas margens da represa, e de rios da sub-bacia hidrográfica.

Em entrevista à Radiobrás, o físico Luiz Pinguelli Rosa, integrante do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, disse que o combate às queimadas na Amazônia atualmente é o maior problema que o país enfrenta em relação à emissão de gases de efeito estufa.

Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o Instituto de Pesquisas Espaciais deverá divulgar nos próximos dias pesquisa mostrando que, de agosto de 2003 a agosto de 2004, uma área 24 mil quilômetros quadrados foi devastada, números que ficam na mesma faixa registrada em 2002 e 2003.

A operação que continua até 13 de maio tem o objetivo de fiscalizar os desmatamentos ilegais. A operação terá a participação de 21 servidores, em parceria com a Companhia Independente da Polícia Militar.

O órgão terá a colaboração da polícia, do Exército e de um satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais que produzirá imagens a cada 15 dias, o que possibilitará o monitoramento constante da floresta em Mato Grosso.

Segundo o Ibama os madeireiros clandestinos estão atuando ao oeste do Estado, em direção à porção paraense da floresta Amazônica.