A prática americana de plantar maconha em estufas domésticas, a fim de evitar chamar a atenção das autoridades, produz uma enorme pegada de carbono, diz estudo realizado pelo pesquisador Evan Mills, ligado ao Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, da Universidade da Califórnia, e membro do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU.
De acordo com o relatório publicado no website pessoal de Mills – que alega ter conduzido a pesquisa de forma independente e com recursos próprios – uma estufa doméstica para cultivo de maconha requer uma iluminação equivalente à de uma sala de cirurgia, uma circulação de ar seis vezes mais intensa que a de um laboratório biológico e uma potência elétrica igual à de uma central de processamento de dados.
Essas condições, afirma Mills, geram um gasto anual de energia equivalente a US$ 5 bilhões (R$ 7,5 bilhões) e um consumo de eletricidade igual ao de 2 milhões de lares americanos médios. A poluição anual causada pela atividade, em termos de emissão de CO2, equivale à de 3 milhões de automóveis.
Do ponto de vista do consumidor final, prossegue o cientista, cada cigarro de maconha fumado nos EUA traz embutida a emissão de um quilo de CO2.
O pesquisador afirma que esse cenário é fruto da ignorância dos produtores, somada a “adaptações para garantir a segurança e a privacidade” da operação. “Se práticas (…) compatíveis com o uso comercial de estufas agrícolas servirem de indicação”, escreve ele, o consumo de energia na produção de maconha poderia cair até 75%.
“Levar o cultivo para o campo aberto elemina a maior parte do uso de energia, exceto transporte”, destaca, mas com uma ressalva: “A prática poderá trazer outros impactos ambientais”. Nos EUA, 17 Estados permitem o plantio da maconha para uso medicinal. (Fonte: Portal iG)