A cotação dos créditos de carbono na União Europeia operou em ligeira baixa na manhã desta segunda-feira (12), já que os preços baixos dos recursos energéticos e a crise da dívida na zona do euro contrabalançam o otimismo gerado pelo acordo do fim de semana na conferência climática da ONU em Durban.
No último domingo (11), cerca de 200 países participantes da conferência de Durban chegaram a um acordo que prevê a definição, até 2015, de um tratado climático que obrigue os maiores poluentes do mundo a reduzirem suas emissões de gases do efeito estufa a partir de 2020.
Mas fontes do mercado disseram que a reação positiva inicial se deveu mais a um sentimento de alívio do que a fundamentos econômicos. Às 8h (hora de Brasília), o Crédito da UE para uso em dezembro de 2011 era negociado a 7,74 euros no mercado futuro ICE, com baixa de 1% em relação ao valor de sexta-feira.
O contrato de referência do mercado de carbono chegou a ser negociado por 8,32 euros durante a manhã, seu maior valor no mês, mas depois recuou em cerca de meio euro.
Metas a cumprir – “Vimos um pouco de recuperação por causa do resultado das negociações de Durban, mas os preços mais baixos da energia na Alemanha e do gás no Reino Unido fizeram com que o carbono se arrastasse para baixo de novo”, disse um operador.
“O acordo em Durban não afeta a demanda e, pelo lado da oferta, não pode significar mais créditos fluindo para o Esquema de Negociação das Emissões da UE do que se supunha antes das negociações”, disse outro operador.
Em princípio, a Europa não deve se comprometer tão cedo a ampliar suas metas de redução de emissões – a promessa atual já é de um corte de 20% em relação aos níveis de 1990.
Mas o mercado poderá receber mais oferta de créditos de carbono por conta da aprovação, em Durban, do chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. No entanto, nem isso está garantido, já que há detalhes por acertar, e circulavam em Durban rumores de que a UE poderia retirar um grande volume de créditos dessa iniciativa, para evitar um excesso de oferta no ano que vem. (Fonte: G1)