A diretora de uma agência científica norte-americana afirmou nesta segunda-feira (9) que a acidificação dos oceanos é uma das maiores ameaças aos recifes de corais e age como uma doença – a “osteoporose do mar”, nas palavras dela – que pode afetar desde a capacidade de produção de alimentos até o potencial turístico de cada região.
Jane Lubchenco, diretora da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês), participa do Simpósio Internacional de Recifes de Corais, em Cairns, na Austrália.
Os oceanos absorvem o excesso de dióxido de carbono na atmosfera, o que torna a água mais ácida. Estruturas rígidas como as conchas de ostras e o esqueleto dos corais são as mais afetadas pela alteração. Por isso, Lubchenco comparou o efeito à osteoporose, que é uma doença que fragiliza os ossos.
“Temos um tipo de tempestade de fatores de estresse de múltiplos lugares realmente golpeando os recifes ao redor do mundo”, afirmou a pesquisadora. “É uma situação muito séria”, completou.
Além da composição de alguns animais, a nova química dos oceanos pode alterar os sentidos de seres marinhos. Pesquisas indicam que o salmão e o peixe-palhaço, entre outros peixes, podem adotar novas rotas de nado devido a mudanças em seu olfato.
“O dióxido de carbono que colocamos na atmosfera vai continuar a ser absorvido pelos oceanos por décadas”, afirmou Lubchenco. “Vai levar um bom tempo até que a gente consiga estabilizar e mudar a direção das mudanças simplesmente porque a atmosfera e os oceanos são muito grandes”, concluiu. (Fonte: G1)