Danielle Jordan / AmbienteBrasil
Mais um ano está chegando ao fim. A época é propícia para reflexões e as famosas promessas e “simpatias” para o ano que deve chegar. Lembranças boas, outras nem tanto… 2005 foi um ano movimentado no setor ambiental.
Faltam poucos dias para este desfecho, mas é tempo suficiente para uma mudança de atitudes, na perspectiva de que o planeta continue vivenciando esta festa maravilhosa, o Reveillon, por milhares e milhares de anos.
A Lanza Shows e Fogos, de Curitiba, fará o show pirotécnico mais famoso do Brasil na virada do ano. O céu de Copacabana deverá ficar iluminado por 15 a 17 minutos, segundo Moisés Lanza, diretor da empresa que venceu a licitação e deverá comandar o consórcio de empresas responsável pelo o serviço. “Participaram empresas do mundo todo, com países como China e Itália”, diz.
Moisés explica que este é o terceiro ano em que a empresa comanda a festa e diz que serão 25 toneladas de fogos distribuídas em oito balsas. Ele afirma que nunca ouviu falar sobre problemas ambientais causados pelos fogos de artifício, mas, para grandes espetáculos como este, são necessárias diversas autorizações expedidas pelo Corpo de Bombeiros, Exército e Marinha.
Apesar dos aparentes riscos que um show pirotécnico desse porte possa representar, não há nenhuma licença ambiental obrigatória no que compete à empresa de fogos de artifício, segundo André Lanza, também diretor. AmbienteBrasil procurou autoridades locais, estaduais e até mesmo o Ibama, órgão de defesa ambiental federal, questionando sobre a questão, mas até o momento da publicação não obteve resposta afirmativa.
Ceia
A última ceia do ano deixa de lado qualquer promessa de uma dieta, segundo o professor Maurício Waldman, autor do livro Guia Ecológico Doméstico. Ele fala das tradições nas festas de final de ano e defende que o consumidor brasileiro deveria valorizar os produtos nacionais: “Comer castanha do Pará é incentivar a defesa e a expansão de uma espécie nativa que ainda é nutricionalmente superior à castanha européia”.
Preocupação ambiental aliada à fé: os orixás e a natureza agradecem
Algumas religiões acreditam que a passagem de ano é um momento importante para renovação. Iemanjá, considerada rainha do mar, certamente ficaria entristecida ao ver tantos problemas causados ao meio ambiente pelo homem, principalmente no local de seu reinado. Os “presentes” lançados como oferendas também devem seguir algumas recomendações. Lembre-se do tempo de decomposição dos materiais… plástico, vidro, etc, podem ser substituídos, sem comprometer este ato de fé praticado por milhares de pessoas.
Na África, todas as oferendas de flora e fauna eram naturais, segundo o professor Maurício Waldman. “Então vamos jogar muita flor no mar para festejar o fim do ano”, diz. Ele ainda lembra das velas acesas para iluminar os caminhos: “Nosso país não está bem e solicita toda a luz possível. Mas não vamos deixar toco de vela na areia”.
O branco deve comandar este ano, segundo a mãe de Santo Odete Kanegae, de Registro (SP), em homenagem a Oxalá (o filho de Deus). Ela sugere uma oferenda ecologicamente correta, somente com flores, para não agredir o meio ambiente: tirar o espinho de sete rosas brancas e lançá-las ao mar uma de cada vez, quando estiver com água pela cintura. Segundo ela, isto trará prosperidade e saúde. Para quem está em busca do amor, a sugestão é oferecer rosas amarelas ou vermelhas para Oxum (deusa do amor), numa cachoeira.