Confira aqui as principais notícias e artigos que foram publicadas durante a semana no Ambientebrasil.
Acompanhe: Vazamento de petróleo no Nordeste
O petroleiro grego “Bouboulina”, de propriedade da empresa Delta Tankers, principal suspeito segundo as autoridades do gigantesco derramamento de petróleo no litoral brasileiro, declarou-se disposto a apresentar os documentos sobre os detalhes de sua navegação no final de julho. Segundo fontes próximos ao processo, o prazo para entrega dos documentos é o dia 13 de novembro. A Dalta Tankers negou qualquer responsabilidade.
Com a possibilidade de chegar ainda mais óleo na costa brasileira, para os atuantes na limpeza das praias e nos cuidados com os animais, a preocupação permanece, segundo coordenador do Projeto Tamar, estamos entrando no pico reprodutivo das tartarugas, com mais nascimentos de filhotes – “Se você liberar os filhotes e eles interagirem com esse óleo na praia ou no mar, as chances de sobreviver são mínimas”.
Ainda no tema, foi desenvolvido o manual “Como Pescar Petróleo” por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) em parceria com pescadores artesanais baianos, no qual ensina métodos para que se consiga “pescar” o óleo antes que o mesmo chegue as praias.
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Mariana, 4 anos: estudo que guiará reparações por danos à saúde está ‘na gaveta’ há 6 meses
Desastre que completou 4 anos essa semana ainda está com o processo de reparação às famílias das vítimas, aos sobreviventes e desabrigados em aberto. A população local relata ocorrências de erupções de pele, coceiras, alergias e dificuldades para respirar, principalmente no município de Barra Longa, local onde a população atingida ainda segue em contato direto com a lama de rejeitos.
Estudo de contaminação ambiental contratado para balizar as ações de reparação da Samarco, empresa responsável pela mina, aos danos causados à saúde de populações atingidas pelo desastre está há pelo menos seis meses pronto e, no entanto, ainda não foi tornado público.
Por que os ovos de aves podem ter cores tão diferentes, segundo a ciência
A cor sortida dos ovos das aves vem intrigando cientistas a bastante tempo, com hipóteses que variam desde a camuflagem contra predadores, barreira para mitigar os efeitos da radiação e até mesmo ajudar as aves a reconhecerem seus ovos. Agora, pesquisadores dos Estados Unidos e Austrália acreditam terem encontrado a resposta.
Os pesquisadores constaram que os ovos tendem a ser mais escuros em climas mais frios e mais claros ou com cores variadas em locais mais quentes. De acordo com o estudo o motivo está na termorregulação, utilizada para a sobrevivência do embrião – ovos mais escuros esquentam mais rápido e mantém o calor por mais tempo, bem útil em ambientes de baixa temperaturas.
Como a Europa multiplicou suas florestas (e por que isso pode ser um problema)
Ao caminhar pela Floresta de Landes, no sudoeste da França, é difícil imaginar que todos aqueles pinheiros não estavam ali há dois séculos. A área de 14 mil km² era uma região pantanosa cercada por dunas. A partir do século 19, começaram a ser plantadas árvores para produzir madeira e resina – Hoje, Landes é a maior floresta já criada pelo homem na Europa Ocidental, o que explica que desde 1990 o continente aumentou em mais de 10% a área total de florestas.
Apesar dos benefícios atrelados ao aumento da cobertura de áreas verdes, uma pesquisa da organização britânica – União Internacional pela Conservação da Natureza – aponta que 42% das árvores nativas da Europa estão ameaçadas de extinção. Isto por que, apesar do incentivo ao plantio de árvores, a diversidade de espécies nativas pode não estar sendo levado em conta, impactando a qualidade da floresta como um todo.
A praia na Finlândia que ficou coberta por ‘ovos de gelo’ em raro evento climático
Milhares de bolas de gelo em formato de ovos cobriram uma praia na Finlândia após um raro fenômeno climático. Especialistas dizem que os “ovos” foram criados por um evento no qual pequenos pedaços de gelo são rolados pelo vento sobre a água.
Em 2016, este evento também ocorreu na Sibéria, onde encontraram bolas gigantes de gelo e neve cobrindo 18 km ao longo da costa. As menores tinham o tamanho de bolas de tênis e as maiores, quase um metro de diâmetro.
O drama das araras-azuis e outros animais sob risco de extinção e acuados pelo fogo no Pantanal
O fogo coloca em risco a vida de muitos animais da rica biodiversidade pantaneira, assim como a vegetação. É fácil encontrar animais mortos depois que o fogo se apaga, como cobras, lagartos e jacarés, estes principalmente por causa da seca.
“Os que se locomovem mais lentamente, como os de pequeno porte e os répteis são os que sofrem mais com as queimadas” afirma engenheiro florestal do WWF-Brasil, e acrescenta, diferente de algumas plantas que tem adaptações genéticas para sobreviver ao fogo, entre os animais isto não existe. Para as araras-azuis a principal preocupação está no impacto durante a época de reprodução e a diminuição da oferta de alimentos, tendo consequências significativas para os próximos anos.
Se o Brasil é autossuficiente em petróleo, por que ainda importa o recurso?
O Brasil é autossuficiente em petróleo mas ainda necessita importar o recurso, isto por que, as refinarias não possuem capacidade de refinar o petróleo brasileiro sozinhas e são subutilizadas – em 2018, a capacidade ficou ociosa em 25%, ou seja, foi produzido mais do que consumido.
Por conta disso o Brasil exporta óleo e importa combustíveis e derivados, estando atrelado ao mercado internacional e suas variações. Apesar do país possuir 17 refinarias de petróleo, com capacidade para processar 2,4 milhões de barris por dia, a tecnologia para refinar o petróleo brasileiro segue obsoleta.
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FOTO DE LAWRENCE HISLOP.
“Se for verdade que o gelo está repleto de plástico, os organismos que vivem dentro e abaixo do gelo podem estar ocupando alguns dos espaços mais contaminados do oceano”, afirma ecotoxologista que pretende descobrir os impactos à biodiversidade local pelos dilúvios de materiais sintéticos no gelo.
Segundo relatório recém publicado, os microplásticos presentes em correntes de ar estão caindo junto com a neve no extremo norte do Ártico – além das correntes marítimas que carregam as partículas de plástico. Em amostra analisada, foi encontrado mais de 12 mil partículas de microplástico por litro de gelo marinho. Esse valor é semelhante às concentrações mais altas relatadas que flutuam em costas urbanas poluídas.
